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Entrevista com Amândio Machado

07/08/2004
Entrevista com Amândio Machado

Entrevistámos Amândio Machado, inquestionavelmente uma referência na distribuição da Bayer CS em Portugal. Pelo seu passado, pelo profissionalismo e competência da sua empresa, ele é um verdadeiro Parceiro da Bayer CS.


Fale-nos um pouco do seu percurso pessoal, quem é o Amândio Machado?

Chamo-me Amândio Jorge Pereira Taveira Machado, sou casado com Maria Eugénia Morais Monteiro Machado e tenho dois filhos, Mário Jorge e Eugénia Maria. O meu filho trabalha na nossa organização e a minha filha é estudante universitária na faculdade de economia do Porto. Tudo leva a crer que no futuro os meus filhos sejam os continuadores da organização Amândio Machado. Como principais hobbies destaco o gosto pela leitura, pelas viagens, praia, e pelo cinema.


Amândio Machado & Ca.,LDA

Como nasceu a casa Amândio Machado & CA e quais são as suas principais áreas de actividade?

A Casa Mário Machado, nasceu à mais de 60 anos, fundada pelo meu Pai, Mário Taveira Machado . Ao longo destes anos tem-se vindo a desenvolver, nas áreas dos produtos para a protecção das plantas, materiais para construção civil, e bricolage.
Em 1970, ano em que regressei do serviço militar, associei-me ao meu Pai e comecei a desenvolver as áreas acima referidas. Hoje a casa Amândio Machado tem capacidade para ser uma das maiores empresas do ramo de negócio na região do Douro e Trás-os-Montes.


Qual a infra-estrutura física e humana da sua empresa?

A firma possui 3 armazéns com uma área coberta de cerca de 3.000 m2 e ainda uma área descoberta de cerca de 5.000 m2.
Em maio de 2002, a organização inaugurou umas novas instalações de venda a retalho e parte administrativa, usufruindo de um sistema informático e logístico do mais moderno. Tem ao seu serviço 15 funcionários.


Quais são as principais motivações para a compra de um produto fitofarmacêutico na Casa Amândio Machado, por um cliente?

O Cliente ao comprar na Casa Mário Machado, sabe que está a faze-lo a uma organização com o máximo de competência técnica, serviços e atendimento personalizado. Esta casa é procurada pelos maiores clientes da região, como: casas exportadoras de vinho do Porto, e os maiores lavradores privados. Procuramos sempre servir o nosso cliente a preços competitivos, embora a concorrência neste negócio seja muito desleal, provocando margens de lucro muito limitadas

O sector da distribuição de produtos fitofarmacêuticos em Portugal


As exigências legais respeitantes à comercialização, armazenagem e prescrição de produtos fitofarmacêuticos irão se acentuar nos próximos anos. Quais as consequências destas exigências para o sector da distribuição?

Penso que as exigências legais, respeitantes à comercialização e armazenagem e prescrição dos produtos fitofarmacêuticos serão benéficos, pois já estamos preparados para o futuro, tanto a nível técnico como de infra-estruturas, por essa razão, todos os nossos concorrentes que não estiverem preparados , e são muitos , irão eventualmente desaparecer, provocando nas margens de lucro um substancial aumento, que nos irá dar mais alento e mais ambição para continuarmos a trabalhar em prol de uma empresa cada vez mais moderna e mais eficaz.


Será o conceito da “farmácia agrícola" o futuro da distribuição de produtos fitofarmacêuticos em Portugal?

Na sequência do que referi no parágrafo anterior, penso também que o conceito de farmácia agrícola será o futuro do negócio. Será um importante contributo para a melhoria das boas práticas agricolas e permitirá abordar o problema ambiental de outra maneira, com menos poluição do ar, águas, etc. Lembrando ainda, que as farmácias de medicina humana tem os preços dos produtos tabelados, e não há hipótese de desconto, penso que neste ramo seria fundamental acontecer o mesmo.


Com o desenvolvimento das práticas de protecção e produção integrada, assiste-se a uma mudança no modelo de protecção das culturas, quer ao nível do perfil dos produtos utilizados, quer na importância crescente na prescrição das associações de Protecção Integrada. De que forma a distribuição acompanha esta tendência?

Vejo com algum receio a prescrição da protecção integrada em virtude de os seus técnicos serem pessoas muito novas, com alguma falta de qualidade técnica, embora se esforcem para dar qualidade ao seu trabalho. Por outro lado, existe a incógnita sobre o futuro da Protecção Integrada após acabarem os subsídios contemplados no actual quadro comunitário de apoio a estas práticas, não se sabendo, ainda, se o próximo contemplará este sector.


Nos últimos anos tempos assistido a uma “revolução criativa " no Mercado da protecção da Plantas em Portugal ,com a concentração de algumas empresas multinacionais e a entrada de outras, que não estavam directamente no Mercado. Como vê este novo contexto?

Quanto à revolução criativa no mercado da protecção das plantas em Portugal e da entrada de outras empresas multinacionais penso que as empresas estão em constante mutação, provocando nesta altura alguma confusão no mercado, tanto pela parte das existentes, assim como das que estão a aparecer de novo. O futuro a médio prazo, na minha perspectiva, será dividir o País em regiões, sendo atribuído a cada distribuidor uma região, tornando assim o conceito de farmácia agrícola mais funcional.


O sector agrícola em Portugal


A sua empresa está intimamente ligada à região do Douro e á cultura da vinha Como vê o futuro da cultura da vinha nesta região?

A cultura da vinha nesta região é, neste momento, desmotivadora, pois os preços do vinho estão muito abaixo do valor que o agricultor deveria obter, provocando assim uma crise bastante forte no sector. A região do Douro também sabe que estas crises ligadas ao sector do vinho do porto são cíclicas, tendo esperança que dentro de pouco tempo melhores dias virão.

Será a Agricultura em Portugal a “arte de empobrecer alegremente" ou haverá sectores que podem ser competitivos e viáveis?

O panorama do agricultor português não é famoso, não se podendo dizer que o agricultor esteja a empobrecer alegremente. Há no entanto sectores, como o sector do vinho, que se houver alguma protecção e se a União europeia nos deixar produzir sem limitações, podem ser competitivos, contribuindo assim como fonte de rendimento interno do País e provocando menos importação de produtos do sector alimentar.


A Bayer CropScience e a distribuição

Qual o balanço de cerca de um ano e meio de actividade da Bayer CS? E quais são as expectativas quanto ao futuro?

O aparecimento da Bayer CS no mercado no ano de 2003 causou no inicio um impacto positivo, em virtude de nós distribuidores nos respeitarmos, com a ajuda da Bayer CS. Este ano, no entanto, as coisas não estão a correr como seria desejado, pois o ano de 2004 está a ser falho em aplicações e os ditos distribuidores quererem ter os armazéns vazios. As expectativas futuras em relação à Bayer CS passam pela protecção da sua distribuição e por aquilo que atrás referi no conceito de farmácia agrícola.


Considera que a Bayer CropScience é um “ Parceiro" no desenvolvimento?

Claro que considero que a Bayer CS é um grande parceiro de desenvolvimento, pois tem contribuído em larga escala, para o desenvolvimento qualitativo e quantitativo da agricultura Portuguesa

Uma mensagem para o futuro!

Como mensagem final, gostaria de dizer