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Entrevista João Correia

12/01/2010
Entrevista João Correia
Dr. João Correia - Director Comercial BCS

O nosso grande capital: Inovação!





Quem é o "homem" João Correia, por detrás do Director Comercial e logística da Bayer CS?

O meu perfil: 51 anos, casado, três filhos, formação em Economia, seguidor dos valores judaico-cristãos, "bom garfo", desportista e "lampião".

Hoechst, AgrEvo, Aventis CS e Bayer CS são empresas que fazem parte da tua "história" pessoal e profissional. Conta-nos um pouco da tua história no sector da protecção das culturas em Portugal?

Comecei em 1981 na Hoechst como "controler" financeiro do departamento Químico/Agricultura, em 1994 fui nomeado Director Geral da AgrEvo, em 1999 assumi as funções de Directo Financeiro da Aventis, passando, uns meses depois para Director Comercial. Em 2002 surgiu a Bayer CS, na qual desempenhei as funções de Director Comercial, tendo as mesmas sido alargadas à área de logística em 2007

Entrou para a Hoechst em 1981, há 28 anos. Quais as grandes diferençam entre o mercado de produtos, então denominados de "agroquímicos", que existia em 1981, e o mercado da protecção das culturas em Portugal em 2009?

Ao nível do Agricultor existem mudanças estruturais muito significativas: nestes quase 30 anos de actividade o número de agricultores sofreu uma redução significativa, este abandono da actividade deveu-se ao elevado nível etário da população agrícola, mas também há falta de seguidores na actividade. Paralelamente assistiu-se ao incremento do nível de conhecimento e de profissionalismo de muitos agricultores. Este aumento nas competências e no grau de especialização produtiva é um fenómeno que marca a emergência de um novo modelo de agricultor do século XXI: o agricultor empresário.

Hoje, o que por cá se faz em muitas culturas tem dimensão e reconhecimento mundiais. Ao nível do canal de distribuição as diferenças são enormes. Os empresários são, em boa maioria, os mesmos nos últimos 20 anos, mas trouxeram muita dinâmica ás suas empresas, modernizando as suas infra-estruturas, contratando pessoal nas áreas técnica e gestão o que lhes permite estar no negócio de forma mais profissional, mais alicerçada na componente dos serviços e no aconselhamento personalizado.

Esta tendência foi muito acelerada nos últimos cinco anos com a entrada em vigor de legislação para regular o sector (DL 173/2005). Todavia, continuam activos no mercado muitas empresas que não cumprem com esta legislação sendo urgente a sua fiscalização.


DEPARTAMENTO COMERCIAL E LOGÍSTICA DA BAYER CS

Quais são as principais competências da área comercial e logística na Bayer CS?

Definição e implementação da política comercial, em linha com a estratégia definida pela Direcção da empresa e interagindo com os outros departamentos, gerindo os recursos postos á nossa responsabilidade que incluem a gestão de stocks, armazenagem, distribuição e aconselhamento técnico-comercial.

O objectivo do departamento comercial é o de oferecer aos nossos parceiros, as melhores soluções na área da protecção das culturas, no tempo mais curto, através do aconselhamento personalizado dos nossos técnicos/comerciais (gestores de região) e com o preço mais competitivo.

Qual a estrutura do departamento?

No Departamento somos no total vinte e um colaboradores, dos quais treze na área comercial e oito na área de Logística


O SECTOR DA DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS E A BAYER CS

O canal de distribuição de produtos fitofarmacêuticos em Portugal é um sector muito concorrencial, quer pela multiplicidade de agentes, quer pela sua diversidade. Quais os principais problemas com que se confronta o sector?
O principal problema reside na ainda débil dimensão económica da nossa agricultura e dos efeitos multiplicadores sobre os sectores que se lhe encontram ligados. Como consequência é comum que os distribuidores refiram os problemas das margens de lucro e dificuldades de cobrança como principais ameaças á sua actividade.

De que forma as exigências legais respeitantes à redução do risco na Distribuição, Venda e Aplicação de produtos Fitofarmacêuticos (dec. Lei 173/2005) tem contribuído para regular o sector da distribuição?

Esta legislação há muito tempo que era desejado pelas empresas de distribuição. A imagem negativa associada há actividade: vendedores de "venenos" sem regulação específica, tinha de ser alterada. Hoje é claro que as condições legais em vigor nos põem na vanguarda da Europa.

Há uma prática muito mais segura na armazenagem, manuseamento e no aconselhamento dos produtos fitofarmacêuticos, tornando a comercialização um acto cada vez mais responsável e no limite o negócio na sua globalidade mais sustentado e sustentável. No entanto, volto a frisar que é necessário um maior envolvimento das nossas autoridades de fiscalização.

Mas esta legislação não se limita ao canal de distribuição e pretende estender os princípios de uso responsável até há produção ao nível do agricultor. Este diploma já se enquadra na legislação da nova directiva europeia sobre o uso Sustentável (Dir 128/2009).

A Bayer CS tem apostado fortemente nos últimos anos, na área da formação ao sector da distribuição, com a implementação das Academias Distribuição em 2007 e 2008 e já em 2009 com o projecto formativo Fidélis Plus, destinada ao sector da Revenda. Quais os objectivos desta politica formativa da empresa?

A Bayer CS como empresa global, presente em mais de 120 países, tem a possibilidade de oferecer á agricultura portuguesa não só soluções inovadoras na área dos produtos fitofarmacêuticos, mas também uma plataforma de acesso a conhecimento e a contactos, com alguns das maiores figuras da fitossanidade mundial, que provavelmente, nenhuma outra empresa do sector terá.

Neste enquadramento os objectivos destes acções formativas como as Academias Bayer CS e as formações Fidélis Plus são, num espaço aberto, criar um ambiente de partilha de conhecimentos e experiências, recorrendo a especialistas nacionais e/ou internacionais, que possibilitem a todos os participantes estarem melhor preparados para executarem as suas funções na área da protecção das culturas. Este é um processo que terá sempre espaço de continuidade pois os conhecimentos e experiências geram novos comportamentos e logo novos conhecimentos e experiências para partilhar.

É com enorme prazer que constatamos o elevado nível de satisfação dos participantes nas academias anteriores, o que faz aumentar a nossa responsabilidade e motivação na continuação das mesmas.


MERCADO DA PROTECÇÃO DAS CULTURAS

Em 2008 o rendimento dos agricultores portugueses cresceu, segundo o INE, cerca de 4,8%, enquanto que, por sua vez o mercado da protecção das plantas (PP) cresceu cerca de 6%. Em 2009, até ao mês de Outubro, o mercado cresceu cerca de 10 %. Acha que esta tendência é meramente conjuntural ou que se assiste a uma tendência de progressiva valorização do sector agrícola?

No ano de 2008, o nível de consumo foi claramente superior ao volume de vendas da Indústria pelo que houve uma significativa redução de stocks no canal de distribuição. Provavelmente o aumento de vendas do corrente ano está directamente ligado a um reajuste do nível de stocks, já que o nível de consumo deste ano será inferior ao do ano anterior


BAYER CS E INOVAÇÃO

O Peter Drucker dizia que "A maneira mais eficaz de gerir a mudança é criá-la". Achas que Bayer CS cria mudança?

A Bayer CS é um parceiro activo na dinâmica do mercado. Como organização global, de escala mundial, temos uma percepção das eventuais tendências que dominarão a evolução da agricultura, quer em termos das necessidades de produção de alimentos para satisfazer uma população mundial crescente, quer em t