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Entrevista com sócios-gerentes de Agromoliceiro

18/03/2010, Engº Isidoro Paiva-BCS
Entrevista com sócios-gerentes de Agromoliceiro

O Clube Fidélis Plus é um instrumento fundamental para a dinâmica da distribuição




Quem são os sócios gerentes da Agromoliceiro: Henrique Silva (HS), Correia de Oliveira (CO) e o Domingos Nunes (DN?)

Henrigue Silva: Sou um homem comum, com 45 anos, casado e com dois filhos - o Ricardo de 22 anos e João António com 8 aninhos. Gosto muito do meu trabalho e por isso lhe dedico uma grande parte do meu tempo. Nos meus poucos tempos livres, aproveito para estar com a família e conviver com amigos que mantenho há alguns anos.

Correia de Oliveira: Apaixonado pela terra onde nasci, St.ª Maria da Feira, e vivo no Concelho de Ovar, sou determinado, a verdade e o compromisso são para mim linhas orientadoras de vida. Formação na área Agrícola (Escola Conde S. Bento, ESAC), trabalho na área dos fitofarmacêuticos desde 1991. Casado, dois filhos e, nos meus tempos livres dedico-me à família, associações locais e à agricultura doméstica.

Domingos Nunes: Sou casado, também tenho dois filhos a Cláudia de 20 e Domingos de 15 anos e à Agromoliceiro dedico quase todo o meu tempo. O resto do tempo além claro da minha família e amigos, adoro desporto, praia e viajar mas para os quais tenho pouco tempo.


AGROMOLICEIRO, COMÉRCIO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS, LDA.

Como nasceu a Agromoliceiro?

A Agromoliceiro nasceu em Outubro de 1995. A iniciativa partiu do sócio Henrique que espontaneamente atraiu dois amigos a embarcar neste projecto. Não foi difícil convencê-los, até porque o plano então apresentado tinha pernas para andar e todos tinham vontade de realizar um projecto empresarial com sucesso. Assim reuniu-se o know-how de cada um, e mãos à obra.

Tendo a empresa três sócio gerentes, como dividem as pespectivas responsabilidades na gestão da empresa?

Como devem compreender uma empresa com três sócios gerentes exige que uma boa relação pessoal e profissional esteja sempre presente no nosso quotidiano. Esta relação tem-se baseado em quatro importantes pilares: união, responsabilidade, rigor e transparência. O Henrique actua como responsável administrativo, financeiro e comercial, por sua vez o Correia como responsável técnico e comercial, por fim, o Domingos afigura-se como o responsável da logística.

Para além das vossas áreas de responsabilidade qual é a organização da Agromoliceiro?

Os quadros da Agromoliceiro são compostos por seis pessoas, sendo:Vera Correia, como Técnica Oficial de Contas, o Correia de Oliveira e Pedro Nunes como Técnicos Agrícolas, e os restantes Joaquim Tavares, Domingos Nunes e Henrique Silva.

Que infra-estrutura logísticas e comerciais tem a empresa

A empresa tem um armazém com cerca de 1000 m² que é composto por duas naves separadas, uma área comercial e administrativa. Uma das naves encontra-se preparada, exclusivamente, para o armazenamento de produtos fitofarmacêuticos, sendo que a outra, por seu turno, se encontra organizada por sectores nos quais colocamos os restantes produtos inerentes à nossa actividade.

A loja tem uma área aproximada de 100 m² com dois balcões conforme exigem as normas, um para atendimento geral e outro para atendimento dos produtos fitofarmacêuticos. Toda a infra-estrutura desta empresa verifica-se licenciada, cumprindo os requisitos impostos por lei. Asseguramos a logística com duas viaturas ligeiras de mercadorias, ambas preparadas para o transporte de fitofarmacêuticos.

A Agromoliceiro tem as suas instalações licenciadas em conformidade com as exigências legais no que respeita à redução do risco na Distribuição e Venda de produtos Fitofarmacêuticos (DECO. Lei 173/2005). Quais as principais vantagens e desvantagens que vê nestas exigências legais ao sector?

A Agromoliceiro é das primeiras empresas a ser licenciada ao abrigo do Decreto-Lei 173/2005, tendo até sido exemplo no que diz respeito a esta norma, dai a atribuição da licença nº 004. Todos os nossos colaboradores têm formação ao nível de operador e os condutores habilitados a conduzirem viaturas com mercadorias perigosas (ADR). Desde já, salientamos, que a Agromoliceiro sempre teve uma grande sensibilidade e preocupação quanto às normas que até então ainda não se encontravam em vigor, mas que, tudo apontava, viriam a constituir norma legal.

As vantagens que o decreto-lei n.º 173/2005 veio trazer foram várias, desde logo a exigência no bom manuseamento dos produtos, as condições de armazenamento e transporte dos produtos fitofarmacêuticos, recolha de embalagens, passando estes a merecer outro tratamento. A responsabilização de todas as pessoas intervenientes no sector, técnicos, operadores, aplicadores e agricultores, são garante de um melhor ambiente e saúde pública.
Todos os intervenientes no sector viram-se obrigados, e bem, a reorganizar-se, assim como a promover actos de modernização nos seus estabelecimentos investindo, a fim de poderem exercer, legalmente a actividade, e assim de futuro darem mais importância ao negócio.

Não encontramos desvantagens, apesar de todas as polémicas geradas à volta do tema, hoje as entidades sérias estão licenciadas ou em via de licenciamento.

Quais as principais áreas de negócio da Agromoliceiro?

A nossa principal área de negócio é a dos produtos fitofarmacêuticos, o qual correspondem 74% do volume de negócios e os restantes 26% são distribuídos pelas sementes e fertilizantes.

Novos projectos da Agromoliceiro para o futuro?

Os nossos projectos passam pela contínua evolução, no incremento das vendas e, acima de tudo, na relação muito profissional que temos tido com os clientes, que se têm vindo a revelar fundamentais para o nosso crescimento.

Queremos ainda, através dos nossos clientes estar presentes na lavoura, incrementando novas soluções e participando activamente na viabilização económica de algumas culturas, introduzindo sementes de qualidade agronómica elevada assegurando depois a sua comercialização.


O SECTOR AGRÍCOLA NA BEIRA LITORAL

A Beira Litoral tem 88 mil explorações agrícolas, ou seja 21 % do total nacional e apenas cerca de 5 % da Superfície Agrícola Útil. Qual o futuro desta agricultura essencialmente de minifúndio, familiar e poli cultural?

Na nossa perspectiva o futuro da agricultura de minifúndio, familiar e policultura não é muito risonho, tem tendência a desaparecer progressivamente, aliás é o que se tem vindo a constatar nos últimos anos. As pessoas que cultivam a pequena propriedade, que na maioria das vezes são pessoas com idade avançada, tem vindo a desaparecer e as novas gerações não ocupam o espaço que estas deixam. E ainda a diminuição do rendimento agrícola é um dos factores de desmotivação.

O futuro da agricultura na região da Beira Litoral passa por motivar e valorizar os produtos primores para os quais a região tem potencialidades, nomeadamente na horticultura e redimensionar as explorações nomeadamente as leiteiras.

A estrutura fundiária, condiciona naturalmente a evolução das culturas, neste enquadramento qual o futuro dos sectores/culturas tradicionais da região, como a batata, o milho ou a vinha?

A vinha está num processo de reestruturação com a emergência de explorações maiores por anexação de áreas aos pequenos produtores, fabricando vinho de qualidade e lançando marcas que vencem nos mercados nacionais e internacionais.

O milho, a manter-se a cotação ao nível deste ano é possível fazer-se grão no vale do Mondego e a restante região irá fazer milho para forragem dependendo sempre do preço do leite.

A cultura da batata vai continuar a ser feita para consumo próprio pois com a exigência de mecanização