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Viagem Bayvitis - Vinhas de referência do Mundo- Viagem à África do Sul

03/03/2011
Viagem Bayvitis - Vinhas de referência do Mundo- Viagem à África do Sul

Aprender viajando!

Um dos principais objectivos do Clube Bayvitis, clube de vitivinicultores, é promover o conhecimento, a troca de experiências e o intercâmbio de ideias aos seus membros, através do contacto com diferentes realidades culturais, económicas, vitícolas e enológicas, tanto ao nível nacional, como internacional, foi com este propósito que nasceu o conceito das Vinhas de Referenciado Mundo.


Foi dentro desta filosofia de aprender viajando que se realizou de 24 a 31 de Janeiro de 2011, mais uma edição das viagens Bayvitis "Vinhas de referência do Mundo", em que alguns dos mais importantes membros do Clube Bayvitis foram convidados a conhecer a vitivinicultura sul-africana, através de uma viagem guiada com a colaboração da Bayer CS Africa do Sul.

Com uma história que remonta a mais de 300 anos atrás, os vinhos sul-africanos reflectem as tradições do Mundo Antigo, mas são também influenciados pelos estilos contemporâneos do Mundo Novo. Esta rara combinação ajuda a explicar a crescente popularidade internacional dos seus vinhos nos últimos anos.

Foi em 1652 que a Companhia das Índias Ocidentais instalou um posto de apoio no cabo da Boa Esperança. E foi o governador do posto de abastecimento Jan van Riebeeck que em 1659 começou-se a produzir pela primeira vez vinho na região com base na variedade moscatel.

Foi no entanto no século XVII que a produção sofreu um incremento quando protestantes Huguenotes, fugindo da perseguição da França Católica, chegaram à Africa do Sul em 1688, e fundaram o distrito de Franschoek, ou "Canto francês", trazendo consigo quer a tecnologia, quer as castas francesas.

Hoje em dia a Africa do Sul tem cerca de 125 mil hectares de área de vinha, dos quais cerca de 101 mil hectares são destinados à produção de vinho, os restantes hectares são utilizados para a produção de uva de mesa, a África do sul é o oitavo país em produção a nível mundial, com cerca de 10 milhões de hl de vinho, dos quais cerca de 40 % são destinados à exportação para países como o Reino Unido (27%), Alemanha (16%) ou Holanda (7%), sendo por isso o oitavo país exportador a nível mundial.

As principais castas são europeias, predominantemente de origem francesa destacando-se nas Tintas: Cabernet Sauvignon, Shiraz, Merlot, Pinotage e Cinsault; e nas Brancas: Chenin Blanc, Colombar, Chardonay, Sauvignon blanc, e Moscatel de Alexandria. A principal região produtora de vinho Sul-africana é a região do Cabo onde se concentra mais de 95 % da área de vinha e onde existem 3.800 produtores, e cerca de 585 empresas vinícolas em operação.

Com uma variação climatérica acentuada, desde a região costeira até o quase deserto, a região tem uma diversidade de climas e terroirs que oferecem importantes diferenças em termos de variedades e de vinhos produzidos. O clima é temperado com Verões agradáveis e Invernos frios, com chuvas entre Maio e Agosto. Ventos vindos do oceano Atlântico, refrescado pela corrente gelada Benguela, amenizam o calor do verão.

Nesta viagem Bayvitis á viticultura sul-africana os membros do clube tiveram a oportunidade de visitar várias regiões vitícolas destacando-se Stellenbosch, Paarl, Franschhoek. Com uma paisagem onde abundam vales imensos, resguardados dos intensos ventos que se fazem sentir na região por imponentes montanhas, as vinhas vegetam habitualmente ao longo dos vales e, ocasionalmente, sobem ligeiramente as encostas das montanhas experimentando assim diferentes exposições, diferentes dotações de água, obrigando a uma zonagem vitícola de precisão capaz de maximizar o potencial vitícola e enológico de cada casta.

Na terra de Nelson Mandela os membros do clube conheceram também a alma do Pinotage – no campo e através da prova organoléptica. Esta casta, que hoje em dia é um ícone da viticultura sul-africana resultou do cruzamento entre o Pinot noir e o Cinsaut (Hermitage) e foi desenvolvida em 1925, na África do Sul, pelo Professor Abraham Perold.

Foram diversas as empresas vitivinícolas visitadas, nomeadamente alguns dos maiores produtores sul-africanos como o gigante "KWV", a maior cooperativa do país, passando por produtores como "Plaisir de Merle" ou "Hamilton Russel", onde todos tiveram a oportunidade de degustar alguns dos mais famosos vinhos sul-africanos, bem como de trocar experiências e conhecimentos com os enólogos e técnicos vitícolas dos produtores.

Nestas visitas encontrámos diferentes filosofias vitícolas e de vinificação, muitas vezes opostas. Encontrámos também um cuidado na imagem e um profissionalismo ao nível do enoturismo que a todos nos fez reflectir.

Não podíamos dar por terminada a viagem sem duas visitas: A "Table Mountain" e o "Cabo da Boa Esperança". No "Cabo da Boa Esperança" viveu-se um momento de inesperada mas memorável comoção: aí entoou-se o hino nacional relembrando, e sentindo um especial e patriótico orgulho, Bartolomeu Dias que, em 1488, dobrou este cabo fazendo, pela primeira vez, a transição entre os Oceanos Atlântico e Índico, também ele aprendeu viajando!

Viagem Bayvitis - Vinhas de referência do Mundo- Viagem à África do Sul
Viagem Bayvitis - Vinhas de referência do Mundo- Viagem à África do Sul