Notícias

Oídio: Estratégia Racional de Protecção!

05/05/2011, Engº João Vila Maior - Gestor de Produto
Oídio: Estratégia Racional de  Protecção!

O Oídio é certamente a doença mais antiga da videira, foi identificada em 1850 e importada da América do Norte.

ESTRATÉGIA RACIONAL PARA UMA PROTECÇÃO PERFEITA DA VIDEIRA!

O Oídio ataca praticamente todos os órgãos verdes da vinha, folhas, pâmpanos e cachos, podendo originar quebras de produção significativas.
Ao contrário do míldio, cuja ocorrência já é prevista por modelos com um grau de exactidão considerável, no caso do oídio, o grau de incerteza é maior, por não se conhecer tão bem a biologia do fungo e, provavelmente, por haver mais variáveis condicionantes. Por outro lado, sendo o oídio um ectoparasita obrigatório, é uma certeza que todos os anos afecta os vinhedos com maior ou menor virulência. Estas duas evidências aconselham a assumir uma estratégia preventiva.


Para as nossas condições e tipo de oídio presente nas vinhas portugueses, é consensual que a protecção contra o oídio assume especial relevância entre o estado de botões florais separados e o fecho dos cachos. É então neste intervalo de estados fenológicos que a estratégia preventiva anti-oídio deve incidir.

Depois dum Inverno com bastante precipitação, a Primavera entrou com períodos de chuva intervalados com períodos sem chuva, o que potenciou a manutenção de elevados níveis de humidade relativa e de uma boa reserva hídrica do solo. Com o aumento da temperatura perspectivam-se manifestações de elevado vigor vegetativo que, necessariamente, conduzirão a condições muito favoráveis ao desenvolvimento do oídio.

Preconizamos o Prosper como o produto a ser posicionado no estado de botões florais separados. Nessa altura, poderá anular alguma infecção já registada, fruto da sua acção curativa e, com a sua sistemia ascendente, garantir a protecção dos acentuados crescimentos em perspectiva.

Em seguida, na altura da floração, preconiza-se o Flint que, fruto da sua forte acção de vapor, tem uma capacidade de re-distribuição capaz de assegurar a protecção nesta fase de grande sensibilidade à doença.

Na pós-floração, numa politica de alternância recomenda-se Horizon, um IBE triazol com sistemia ascendente, com acção preventiva e curativa. Em função da fenologia da casta, do seu comprimento de ciclo, e do ano propriamente dito, suceder-se-ão diferentes propostas.

Contudo, é, para nós, ponto assente que o estratégia anti-oídio deve terminar, na altura do fecho dos cachos/início de pintor, com Prosper, não só pela sua acção preventiva e curativa mas, especialmente, pela sua notável e única acção erradicante devida à capacidade de condicionar a formação de cleistotecas.

No período que medeia entre a aplicação do Horizon e a referida aplicação de encerramento de estratégia anti-oídio, de Prosper, sugerem-se novamente aplicações de Flint e Horizon se, tendo em conta o período de cobertura de cada um dos fungicidas seleccionados, se justificar. Alternativamente, poder-se-á ainda recorrer ao Enxofre Bayer WG quando as condições meteorológicas, temperatura-precipitação-vento, proporcionem uma boa eficácia a este produto.

Com esta proposta conseguimos uma Estratégia Racional contra o oídio da Videira baseada numa alternância de famílias químicas em conformidade com os princípios das Boas Práticas Agrícolas em viticultura.