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Combate às infestantes na cultura do Tomate

22/05/2012, Prof. João Portugal - Escola Agr. Beja
Combate às infestantes na cultura do Tomate

A riqueza florística da cultura do tomate de indústria presente nas diferentes regiões do país ronda a centena e meia de espécies.

O conhecimento da flora adventícia de uma cultura, qualquer que ela seja, constitui uma etapa essencial no estabelecimento de uma estratégia de luta no combate às infestantes. Além da identificação dos taxa, da sua frequência e abundância devem conhecer-se, tão bem quanto possível, os fatores ambientais e culturais, uma vez
que condicionam de forma determinante a flora.

A riqueza florística da cultura do tomate de indústria presente nas diferentes regiões do país ronda a centena e meia de espécies, o que se pode considerar um valor considerável. Contudo o número de espécies que são mais frequentes e simultaneamente abundantes é relativamente reduzido não chegando às duas dezenas.

MEIOS PARA O CONTROLO DAS INFESTANTES

Para o controlo das infestantes na cultura do tomate, à semelhança de outras culturas, encontram-se à disposição diversos meios de luta que podem ser usados tendo em vista evitar prejuízos decorrentes da sua ação na cultura, e que se podem classificar em: preventivos; culturais; mecânicos e químicos.

Meios de luta preventivos

Na instalação da cultura quando é feita por sementeira direta, recomenda-se que a semente usada seja certificada, isenta de sementes de infestantes, em especial de espécies que não existem na parcela. O mesmo cuidado deve ser adotado quando a implantação da cultura se faz com recurso a plantas de raiz protegida.

Meios de luta culturais

A escolha da parcela constitui um dos aspetos mais importantes uma vez que dela vão depender as espécies e a abundância que irão surgir durante o ciclo cultural. Deste modo considera-se conveniente evitar instalar a cultura em terrenos onde anteriormente se tenham verificado infestações de espécies vivazes ou perenes (Ex: Cyperus spp., Cynodon dactylon L. Equisetum spp.), onde tenham aparecido espécies parasitas (ex: Orobanche spp. e Cuscuta spp.), e sobretudo onde tenham surgido importantes infestações de Solanáceas, muito em particular Solanum nigrum (erva moira), uma vez que as perdas que normalmente acarretam são grandes, bastando uma erva-moira por metro quadrado para causar perdas de produção da ordem dos 20% e o seu combate é particularmente difícil.

Deste modo são de evitar parcelas que tenham tido como antecedentes culturais o tomate, o pimento e a batata, onde estas espécies são mais frequentes. E são aconselhadas parcelas cujo antecedente cultural tenha sido arroz, cereais praganosos, forrageiras, milho, girassol ou tenham estado em pousio, uma vez que nos programas de combate adotados nestas culturas aquelas espécies são normalmente controladas, reduzindo deste modo o banco de sementes.

As adubações azotadas parecem favorecer espécies como
Amaranthus spp., Chenopodium album, Picris echioides, S. nigrum, pelo que deverão ser feitas aplicações moderadas deste macronutriente. O potássio também mostra ser um nutriente que favorece a instalação e desenvolvimento da erva moira.

Combate às infestantes na cultura do Tomate